segunda-feira, 20 de abril de 2009

S de Sorriso


Um sorriso pode transmitir muitos sentimentos, tanto positivos como negativos. Podemos sorrir de alegria, contentamento, felicidade, tristeza, angústia, poder, riqueza ou até mesmo ironicamente. Por vezes, muitos questionam-se sobre "sorriso de tristeza?" mas se repararmos bem, encontramos resposta. Podemos sorrir, podemos estampar um bonito sorriso nos nossos lábios mas ao fim e ao cabo é realmente isso que sentimentos por dentro? Pois, não me parece. Por vezes sentimo-nos realmente em baixo, desnorteados, sem rumo mas no entanto colocamos um sorriso na cara para não ficarmos mal. Em certas ocasiões, o sorriso é apenas um disfarce da dor. Mas uma coisa é certa, a dor e o cansaço por vezes tornam o sorriso árduo, mas se há força interior então há sorriso. Dorido, mas há. Mas, tirando esses maus momentos e se admirarmos as regalias da vida, veremos que uma das nossas prioridades deveria ser sobretudo sorrir. Pois é com um sorriso que combatemos, enfrentamos, devoramos e lutamos tudo e todos. o sorriso desvenda delicadamente o interior de quem sorri.
O poder do sorriso é grande, e saber sorrir é algo de muito importante.
Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios.

sábado, 18 de abril de 2009

Desilusão


Quero escrever, mas nem isso consigo. Faltam-me as palavras; começo a perder o jeito. Sinto-me cansada, perdida, fraca, farta. Dou tudo por tudo, e não recebo nada em troca. Talvez até receba, desprezo. Gostava de um dia poder dizer ao mundo inteiro que nada foi em vão e cada segundo foi vivido com sentimento, mas neste exacto momento não posso dizê-lo. Tenho de limitar-me a ouvir, ler e ficar calada. Mas sei que um dia vou abrir os olhos e dizer realmente o que vai cá dentro e aí ninguém, mas ninguém mesmo, me vai conseguir parar.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Uma grande mulher


Adoro e admiro um simples factor nas pessoas: a simpatia. Não nos vale de nada estarmos chateados com algo que nos pertuba e descarregar em cima de outro alguém. O nosso dever devia ser colocar sempre um sorriso no rosto perante todos e deixar de lado os nossos problemas. Eu, obviamente tal como muitos, sempre que tenho um problema nunca o tiro da cabeça e ando às voltas e voltas para tentar arranjar solução pois gosto de ter ordem e organização na minha vida.
Tento abafar a minha tristeza pensando em momentos bons que já tive e nas pessoas que os contemplavam e para isso costumo sempre dar uma volta à beira-mar. Adoro sentir a brisa, sentir os raios de sol a profurarem a minha pele, sentir um calor amoroso dentro de mim e olhar admirando as ondas do mar e o ruído elegante que fazem ao tocarem nas rochas.
Penso para mim mesma, questiono-me a mim própria e tento responder-me mas por vezes torna-se complicado achar a resposta. Tomo o meu rumo de novo para casa, sempre com um pequeno sorriso nos lábios mas por dentro uma imensidão de lágrimas desejando saltitar cá para fora. Chego à vizinhança, onde reparo nas belas senhoras a conversarem de varanda para varanda, a contar como lhes corre a vida. Inocentemente, interrompo e digo “-Boa tarde!” com um pequenino sorriso, mas nada mais me sai da boca. Calada, continuo o meu caminho. À esquina da rua, sentada à porta de casa na sua cadeirinha já um pouco antiga, está a dona Maria José; uma mulher com imensa experiência de vida, onde já sofreu, já amou e foi amada. Sempre de bom humor, pergunta-me como estou e como me correu o dia. Minimamente, abro-me e falo um pouco. Em vez de ficarem presas na minha garganta, solto as palavras e começamos um diálogo. Conto-lhe que estou um pouco cansada mas que o dia até me correu bem. Por momentos sinto uma forte necessidade de lhe contar o que tanto me perturba cá dentro, mas penso e não quero estar a incomodá-la com os problemas de uma simples adolescente.
“E consigo, está tudo bem? Que fez hoje?” – pergunto. E ela, com um olhar de quem já viveu o que havia para viver, responde “Oh filha, o meu dia-a-dia já é normal. Arrumei a casa, fui ao café e agora estou aqui a pensar e a ver quem passa na rua. As férias como estão a correr?”, “Estão a ser óptimas, um pouco de descanso e um café de vez em quando com os amigos... estava mesmo a precisar” respondo. E ela, com um belo sorriso, afirma: “Mas tens que te preparar novamente para as aulas, estudar para tirares o teu curso, teres boas condições de vida e seres alguém no mundo”.
Pode parecer apenas mais uma pessoa no meio de uma multidão, mas para mim é um pouco diferente: é uma pessoa simpática, no meio de uma multidão que pouco se importam com os outros, apenas consigo mesmo. E é por essa simples razão, pelo simples facto desta grande mulher se preocupar comigo e me sorrir todos os dias, que dedico e escrevo este texto. Sei que ela não o vai ler, mas quem o ler saberá que eu admiro o pouco mas o bom das pessoas.

Gostar de ti


A minha vida sempre foi muito normal, monótona. Conhecia pessoas, criava novas amizades; desiludia e encantava; ria e chorava. Como qualquer pessoa o deseja, andei à procura do amor. Obviamente não fiquei obcecada, mas claramente queria encontrar alguém que me aceitasse do modo que eu sou, que não me julgasse nem me criticasse ao mínimo erro que encontrasse em mim. Queria alguém capaz de me admirar pelo que faço mesmo sendo algo normal. Via jovens casais pelas ruas de mãos dadas, os brilhos dos olhos a pairar no ar, a nostalgia que criavam os sorrisos, os doces e fortes abraços, os suaves e profundos beijos e imaginava-me a contemplar esses momentos com alguém, com a pessoa certa mas de certo modo ainda não tinha encontrado a pessoa ideal.

Era noite e chovia. Tinha combinado um café, um simples café entre amigos. Éramos quatro; dois casais e um deles já com compromisso. O outro nem por isso, pois era a primeira vez que se viam. Eu, sem saber o que me esperava, tomei o meu rumo pensando ser apenas um café. Cheguei ao local combinado, à hora combinada e apenas via pessoas normais numa paragem de autocarro a se abrigarem da chuva que tanto teimava em cair. Olhei em meu redor e não via rastos de ninguém conhecido. Esperei por algum aviso de chegada e de repente virei-me. Por entre as gotas de chuva, vejo uma sombra. A sombra de alguém que aos olhos dos outros era simplesmente um estranho, aos meus muito longe disso. Ainda tenho na minha cabeça, cada fracção de segundo em que me aproximava dessa sombra. Olhei-a, admirei-a, observei-a. Um belo olhar se cruzou com o meu e sem querer um esbelto sorriso estampou-se na minha cara. Senti um calor entre a espinha, senti uma sensação estranha no peito. Seria um sinal? Não sei e tão pouco sei responder.

Conversamos, olhamos, sorrimos, contamos histórias. Sempre sem ficar sem tema de conversa. Senti-me tão bem, uma pessoa diferente. Percorri novamente o meu caminho e no dia seguinte, novamente houve café. Sem hesitar, aceitei. E das razões mais fortes que me levou a aceitar foi não conseguir esquecer nem por um minuto a tal sombra de alguém que hoje se tornou especial.

Pude sentir a suavidade dos seus lábios, pude sentir junto a mim a sensatez de cada palavra, pude olhar e admirar o mais belo sorriso do mundo, cheguei a puder sentir a vibração e o calor do seu corpo junto ao meu. Esse alguém conseguiu entrar em meu coração e para além do mais, conseguiu deixar pegadas enormes. Por outras palavras, conseguiu conquistar-me.

Memorizei cada traço do teu rosto; consigo descrever-te em apenas uma palavra: perfeito. Sim, aos meus olhos, a perfeição existe e esta está em ti. Vim para ficar e quero poder marcar a diferença.

Hoje, escrevo sobre ti. Deitada na cama, aquecida pelos lençóis, com a claridade de uma pequena luz, penso em ti e no que, em tão pouco tempo te tornaste para mim. Voltaria a viver cada dia que passou e não mudaria nenhum segundo passado a teu lado. Ver-te faz de mim feliz, tocar-te faz de mim feliz, sentir-te mas de mim feliz, ter-te faz de mim a pessoa mais feliz.

Sabe tão bem gostar de ti.